Terra, espiga,
Sucalco da pele, o rosto,
Carvão como mó de moinho,
O ar que respiras parece finalmente o mar.
Azul, o pássaro ébrio
Teima em poisar sob o teu ombro,
A seara ecoa o ritmo das palavras breves,
A madrugada acorda ainda suspensa, raiz.
Agarro o cio e a manhã recolhe a ressaca,
A viagem desfaz o esquife,
Subitamente o pulmão, oxigénio em orgasmo.
Sangue,
Parto,
Avesso da não-vida.
Ana Lourido
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